Pela defesa do CONAMA – Nota Oficial

31/03/2019 17:14

Brasília, 28 de março de 2019.

Pela defesa do CONAMA

A definição de uma Política Nacional de Meio Ambiente (Lei 6.938/81) significou relevante avanço ao arcabouço jurídico brasileiro, notadamente considerando o período em que a mesma foi editada, época em que a censura ainda era vista como instrumento de bloqueio ao livre fluxo da informação. Com ela criamos futuros alternativos, e não se configura exagero afirmar que em vários aspectos a referida lei antecipou disposições posteriormente consagradas na Constituição Federal de 1988.

No cenário atual, em que somos diariamente bombardeados por informações, muitas delas sem qualquer compromisso com a realidade dos fatos, a racionalidade nos remete a missão premente de saber o que ignorar, sinalizando no que devemos nos concentrar. A real ameaça que surge sobre o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA é algo que não pode ser ignorado.

O CONAMA, criado pela mesma Lei 6.938/81 se consolidou como elemento de elevada relevância na estrutura da Política Nacional do Meio Ambiente, democratizando e agilizando decisões que em muito contribuíram para a efetivação de vários instrumentos desta política, assim como na disponibilização do arcabouço necessário correta precisa aplicação da Lei da Mata Atlântica. Desconsiderar, menosprezar e subjugar o papel do CONAMA é um duro golpe na Política Nacional do Meio Ambiente, verdadeiro atentado à democracia.

Mais delicado torna-se esse quadro quando tal ameaça surge de quem, por obrigação de oficio, deveria estar empenhado e comprometido com o aprimoramento da política ambiental. A forma como o atual ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, conduziu a última reunião do CONAMA (20/03/2019) mostrou-se inadequada, descortês e, sobretudo, conflitante com os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, dos quais a administração pública jamais poderá se afastar. Restringir acesso de conselheiros, previamente organizar com rigidez a disposição dos conselheiros na sala, instalar segurança armada para controlar acesso a sala de reuniões, agir com truculência e falta de urbanidade com os conselheiros são episódios constatados nesta reunião do CONAMA que ficam como triste registro no histórico deste relevante colegiado, e que afastam a legitimidade do senhor Ministro para continuar na presidência do mesmo. A RMA registra seu repúdio estes atos, conclamando suas entidades e a sociedade em geral para somarem esforços na defesa do CONAMA, pela exigência da observância do princípio da legalidade que subordina a administração pública ao cumprimento dos dispositivos da Política Nacional do Meio Ambiente. Essa é uma política de Estado, não podendo jamais ficar sujeita aos humores do ministro de plantão.

Coordenação Nacional RMA

João de Deus Medeiros                                                                                                                                                  Adriano Wild

Nota Oficial do CONAMA (Original)

Palestra e Minicurso sobre Ecologia de Estradas – Expedição Urubu

25/03/2019 12:39

A Expedição Urubu tem como objetivo a avaliação dos efeitos de estradas, rodovias e ferrovias sobre as Unidades de Conservação e espécies ameaçadas. Para isso, está sendo percorrido as cinco regiões brasileiras no período entre agosto de 2018 e julho de 2019, no qual será produzido um diagnóstico didático, técnico e científico do real impacto das estradas, rodovias e ferrovias na biodiversidade brasileira. Os resultados serão convertidos em estratégias de conservação em nível local, regional ou nacional. As estratégias envolverão atores locais, órgãos de diferentes esferas políticas, pesquisadores e estudantes, entre outros.

O projeto foi idealizado pelo professor Alex Bager, docente da Universidade Federal de Lavras, coordenador do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) e também idealizador do Sistema Urubu, um app onde qualquer pessoa pode registrar informações de atropelamento de fauna silvestre.

Com passagem por Florianópolis, a Expedição Urubu percorrerá quatro unidades de conservação: Estação Ecológica de Carijós, Parque Municipal da Lagoa do Peri, Parque Estadual do Rio Vermelho e Parque Estadual da Serra do Tabuleiro. Nesses locais, o professor Alex Bager juntamente com os gestores dessas unidades de conservação irão avaliar o impacto das rodovias que circunvizinhas ou que passam por dentro dessas áreas na fauna local.

Além dessas saídas de campo, haverá palestras, minicurso e uma exposição na Universidade Federal de Santa Catarina nos dias 01 e 05 de abril.

O quê: Expedição Urubu em Florianópolis

Quando: entre 01 a 05 de abril de 2019;

Onde: Universidade Federal de Santa Catarina e Unidades de Conservação.

 

A Palestra ocorre no dia 01/04 às 10:00 horas no Auditório do Bloco E do CFH/UFSC, conhecido como Anexo.

O Minicurso ocorre no dia 01/04 das 13:30 às 18:30 horas no Auditório do Bloco E do CFH/UFSC, conhecido como Anexo.

OBSERVAÇÃO: AMBAS AS ATIVIDADES JÁ ESTÃO COM INSCRIÇÕES ENCERRADAS.

 

 

Veja os cartazes abaixo sobre esses dois eventos:

 

Pesquisadora do OBSERVA fala em defesa da UC da Lagoa do Peri

12/03/2019 16:25

A doutoranda do Programa de Pós Graduação em Geografia (PPGG) e pesquisadora do Observatório de Áreas Protegidas Profª Talita Góes fez, no dia 27 de fevereiro, em audiência pública na Câmara dos Vereadores de Florianópolis, uma fala em defesa da recategorização do Parque Municipal da Lagoa do Peri para Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri. Conforme a carta divulgada pelos membros do OBSERVA, foi defendida a permanência da UC na categoria de Proteção Integral, ao invés de nova alteração para APA (Área de Proteção Ambiental) sugerida por outra entidade.

A fala completa pode ser visualizada aqui.

A complementação, por parte do vereador Tiago Silva pode ser visualizada aqui.

 

Professora Talita Góes no momento da fala. Foto: Natália Silvério.

Carta de Apoio à recategorização do Parque Municipal da Lagoa do Peri para Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri

26/02/2019 14:02

Nós pesquisadores, membros do Observatório de Áreas Protegidas da Universidade Federal de Santa Catarina, vimos por meio desta manifestar nosso apoio à proposta feita pela FLORAM e pelo Conselho Gestor do Parque Municipal da Lagoa do Peri na adequação e recategorização do Parque Municipal da Lagoa do Peri para Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, mantendo assim uma Unidade de Conservação na categoria de proteção integral.

A importância de manter uma UC dentro dessa categoria se justifica pela diversidade biológica presente na Lagoa do Peri, bem como por ter o maior manancial de água potável superficial da Ilha.

Diante do fato da UC abrigar comunidades tradicionais, o Monumento Natural vem ao encontro dos objetivos de conservação integral dos recursos sem ignorar a presença das propriedades privadas no seu interior. Desta forma temos a certeza de que o Monumento Natural Municipal é o melhor para a conservação da Lagoa do Peri e para a continuidade da preservação da biodiversidade da Ilha de Santa Catarina.

Compreendemos ainda que, qualquer proposta de transformar a Unidade de Conservação em uma categoria menos restritiva, de uso sustentável, como uma APA, pode levar a ocupação desenfreada de espaços vizinhos ao ambiente lacustre, levando à possível contaminação das águas e por conseguinte levando a problemas complexos como aqueles existentes em reservatórios em outras cidades, como São Paulo, por exemplo. Além disso, a ocupação humana de áreas no entorno do ambiente lagunar leva a diminuição e consequente perda da biodiversidade, como já ocorrida em outros lugares na Ilha de Santa Catarina.

Entendemos ainda que, por mais de dois anos a comunidade foi consultada sobre a proposta, além de constante e frequente discussão junto ao Conselho Gestor do Parque.

Por fim, como instituição científica, temos plena convicção de que o sul da Ilha, e em especial a bacia da Lagoa do Peri, são de extrema importância para a manutenção e recuperação da natureza da Ilha de Santa Catarina e merecem ser mantidas como proteção integral.

Florianópolis 20 de fevereiro de 2019.

Pesquisadores do Observatório de Áreas Protegidas da Universidade Federal de Santa Catarina

Participação de pesquisador em corte de espécie exótica de UC

25/02/2019 12:04

Na manhã do último sábado (23/02) ocorreu o primeiro mutirão do ano para o controle de Pinus no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição, onde foram cortados mais de 200 (duzentos) pés em meio a restinga arbórea. O ato é mensal e organizado pelo Instituto Hórus, apoiado por uma equipe de voluntários, contando como projeto de extensão da UFSC. Participou da atividade o pesquisador Nikolas Martins do OBSERVA.

O Pinus é um gênero vegetal exótico invasor presente na Ilha de Santa Catarina. A disseminação de espécies exóticas invasoras é um dos principais motivos da perda de biodiversidade na Mata Atlântica, sendo necessária a sua detecção e controle. Em Florianópolis, a Lei nº 9097/2012 institui a política de remoção e substituição de Pinus, Eucalyptus e Casuarina spp por espécies nativas no município no prazo de dez anos.

Imagem 1: Equipe de voluntários. Foto: Instituto Hórus, 23/02/2019.

Imagem 2: Restinga com invasão de pinus no Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição. Foto: Instituto Hórus, 23/02/2019.

Imagem 3: Equipe de voluntários. Foto: Instituto Hórus, 23/02/2019.

Imagem 4: Corte do pinus. Foto: Instituto Hórus, 23/02/2019.

Participação do Observatório em formação para Trilhas de Longo Curso

24/02/2019 14:21

Nos dias 08 e 09 de Fevereiro de 2019 pesquisadores do Observa participaram do curso de sinalização de trilhas de longo curso, realizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, Florianópolis/SC. O evento contou com a participação de entidades como o ICMBio, IMA, Floram, Instituto Çarakura, Programa Roteiros do Ambiente (PMF) e USFC (Observatório de Áreas Protegidas e NEAmb).

No primeiro dia do evento houve apresentações de experiências sobre restauração e sinalização de trilhas, além da teoria sobre sinalização de acordo com o sugerido pelo Manual de Sinalização de Trilhas do ICMBio.

No segundo dia do evento os participantes sinalizaram o equivalente a 6 km (seis quilômetros) de trilhas do Parque Estadual do Rio Vermelho, um trecho saindo do camping do Parque até o Terminal Lacustre e outro da Ponta da Quitéria em direção ao Terminal Lacustre.

As trilhas são importantes conectores entre fragmentos da paisagem, além de promoverem atividades de ecoturismo e a conservação da biodiversidade. Em Florianópolis pensa-se em ligar diversas trilhas já existentes, compondo uma trilha de longo curso que percorre a Ilha de norte a sul, conectando diversas áreas protegidas, a qual poderá ainda ser interligada à Rede Nacional de Trilhas de Longo Curso e Conectividade, Rede Trilhas.

Equipe do Observa no primeiro dia do Curso (da esquerda para à direita): Orlando, Fabrício, Nikolas, Giorgio (agachado), Natália e Talita.

Auditório com participantes. Foto: Instituto Çarakura.

Equipe do Observa e do NEAMB no primeiro dia do Curso (da esquerda para à direita): Orlando, Pimenta, Nikolas, Talita, Giorgio, Natália, Gustavo e Juliana.

Todos os participantes do curso.

Em campo no segundo dia.

Colocando sinalização na trilha.

Marca de Sinalização da trilha, a ser adotada em toda a Ilha de SC nos trechos em que haverá a conectividade.

Levantamento de Aves na APA da Baleia Franca

30/01/2019 11:58

No último domingo (27/01) o doutorando em Geografia, pesquisador do Observatório, Fabricio Almeida, participou do I Censo de aves limícolas do Cone Sul, organizado pela Save Brasil, uma organização da sociedade civil, membro da IUCN com foco na conservação das aves brasileiras. O censo foi realizado em parceria com o ICMBio e CEMAVE nos limites da Apa da Baleia Franca (ABF), no município de Laguna. Segundo Fabricio a região protegida pela ABF conta com ecossistemas de extrema importância as aves limícolas, principalmente para descanso e alimentação durante suas longas migrações entre os hemisférios.

Laguna, sul do estado de Santa Catarina. Foto: Fabricio Almeida, 27/01/2019.
Os três pesquisadores a esquerda são da Equipe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE), ao lado de Caio novo chefe da APA da Baleia Franca, e o pesquisador Fabrício, em Laguna para o levantamento das aves. 27/01/2019.
Uma das espécies encontradas no mapeamento, Sternula superciliaris (Trinta-réis-pequeno). Foto: Fabricio Almeida, 27/01/2019.
Outra ave encontrada nos trabalhos, a Actitis macularius (Maçarico-pequeno). Foto: Fabricio Almeida, 27/01/2019.

Trabalho de campo no Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho, 10/11/2018

15/11/2018 12:11

[:pb]Pesquisadores do Observatório participaram de atividade da disciplina Análise Ambiental II (curso de Geografia) no dia 10 de novembro, sábado, no Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho.

O trabalho de campo teve por objetivo reconhecimento dos diversos ambientes que formam o Parque, bem como, de conhecimento dos usos na área.

Imagem 1: Vista do Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho a partir do Costão dos Ingleses (altitude do ponto da fotografia 168metros). Foto: Orlando Ferretti, 10/11/2018. Acervo OBSERVA.

 

 

 

Imagem 2: Campo de Dunas fixas, com vegetação de restinga, no Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho. Ao fundo se observa a parte sul da praia do Santinho. Foto: Orlando Ferretti, 10/11/2018. Acervo OBSERVA.

 

Imagem 3: Trilha no costão dos Ingleses, dentro do Parque Natural Municipal da Lagoa do Jacaré das Dunas do Santinho. Classificação da trilha no costão conforme norma ABNT NBR 15505-2 como: quanto a severidade do meio, a trilha é moderadamente severa (2); valor 2 quanto a sinalização do caminho, ou seja, é bem sinalizada a trilha para a subida; quanto a condição do terreno, percurso por trilhas escalonadas (índice 3) o que necessita atenção aos caminhantes; a intensidade de esforço é significativa (3).  Foto: Orlando Ferretti, 10/11/2018. Acervo OBSERVA.

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